Meninas,
se puderem publicar o arquivo anexo no blog, agradecerei. Gostaria de fazer isso por documento, mas tive medo de não chegar a tempo.
Quanto aos certificados, amanhã eu assinarei todos com a Roberta. Demorou um pouco, mais do que deveria, na gráfica e tivemos que escrever todos os nomes! Se puderem divulgar que na próxima semana começaremos o envio, agradecerei também.
As pessoas tem perguntado no blog sobre feriado, infelizmente não será possível. Estamos com grupos em curso introdutório, pessoas de férias, uma penca de feriados no próximo semestre e várias atividades e metas correndo. Logo, teríamos prejuízos na produção de saúde da população.
Mas, outras questões estão sendo estudadas! Em breve poderemos divulgar! rs (só para aguçar a curiosidade! rs)
E, obviamente, UM MEGA FELIZ DIA DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE!
Ricardo
Ricardo
Carta aos Agentes Comunitários de Saúde
Prezados,
Gostaria de deseja-los um feliz “Dia do Agente Comunitário de Saúde”. Que estas próximas 24 horas sirvam de reflexões sobre de onde vieram e para onde pretendem ir com a profissão que abraçaram. Assim como em muitas outras categorias, são vários os motivos que levam uma pessoa a trabalhar neste campo. Existem os Agentes que elegeram esta profissão e aqueles que pretendem apenas passar por ela, almejando “coisas” diferentes. Mas, deixando de lado a temporalidade dos fatos, TODOS são Agentes.
Agentes estes que fazem a
diferença na produção de saúde no nível da Atenção Primária e que servem como o
principal elo de ligação entre a comunidade e o restante da equipe. Agentes
estes que no passado eram apenas coadjuvantes no processo e que com o tempo
tornaram-se protagonistas da história. Infelizmente nem todos participaram do
Seminário, mas lá eu tive a oportunidade de discutir um pedaço de um grande
quebra-cabeça que é o histórico de formação desta profissão. Também fiz menção
que foi graças a esta categoria que o Brasil ocupou posição em um relatório da
Organização Mundial da Saúde, quando se falava da APS.
Sou sabedor que muito ainda
precisa ser feito no setor saúde e a luta por estas melhorias faz parte do meu cotidiano
e tenho certeza de que no de vocês não seja diferente. Só que mesmo nas
adversidades é importante lembrar o quanto vocês caminharam e conquistaram.
Vocês foram os primeiros ACS a terem concurso público em todo o Estado do Rio
de Janeiro. Foram também os pioneiros em alavancar um Seminário próprio e que
terá regularidade anual. Foram os primeiros a terem uma Associação na Baixada
Fluminense (desconheço se foram os primeiros do Estado, mas acredito que sim).
Logo, parabenizo novamente os senhores pela luta sindical travada nestes
últimos tempos.
Parabenizo também os resultados
que alcançam a cada dia e que por vezes não são divulgados. Aqueles resultados
que são de difícil mensuração, como quando conseguem captar aquele usuário que
é resistente ao Sistema ou quando conseguem fazer orientações que ninguém mais
conseguiria fazer. Para ilustrar estas conquistas darei dois exemplos que
vivenciei com a minha primeira equipe de Saúde da Família, aqui mesmo em Nova
Iguaçu.
O primeiro exemplo foi o início
de um cadastramento de área, lá por volta de 2005, em uma região que era pouco
saneada e em uma área que quando chovia fazia um verdadeiro mar de lamas.
Lembro-me que tínhamos dificuldade em planejar a área de cobertura apenas pelo
mapa. Além disso, muitos moradores tinham resistências relacionadas ao
entendimento e a aceitação desta tal Estratégia Saúde da Família. Logo, fomos
juntos de casa em casa, batendo a porta, cadastrando e explicando o porquê da
nossa presença por lá. Voltando a unidade, encontramos um grupo vindo da
Secretaria de Saúde que ao olhar a cena do enfermeiro e seus agentes cheios de
lama nas pernas, perguntaram: “onde vocês estavam?”. Nada paga aqueles olhares
e, principalmente, o acolhimento que tivemos da população a partir daquele
momento. Não sei se meus eternos Agentes se lembrarão disso, agora que as ruas
já estão asfaltadas.
O outro exemplo se deu com um
paciente que era completamente resistente ao seu tratamento. Ele tinha acabado
de receber alta hospitalar com um quadro de tuberculose, diabetes e hipertensão
descompensados e também de outras doenças que agora não me recordo. Após muitas
tentativas de chama-lo para o tratamento na unidade, nós (eu, a médica da
equipe e meus Agentes) fomos até a residência para uma visita domiciliar. Lá
chegando, identificamos o motivo pelo qual ele não aderia ao tratamento.
Ninguém na casa sabia ler e escrever, inviabilizando o reconhecimento dos
medicamentos e horários que deveria fazer uso. Eis que uma das agentes do
grupo, que tinha formação pedagógica, resolveu criar uma espécie de receita em
forma de quadro. Ela se deu o trabalho de colar cada comprimido e desenhar
figuras que a família pudesse fazer associação dos horários. Feito isso,
realizou a supervisão diária do tratamento do senhor, levando-o a aderir o que
havia sido prescrito.
São feitos como estes e tantas
outras experiências exitosas que fortalecem e inspiram o dia-a-dia de nós
agentes da saúde. Como diria o poeta, “todo artista tem de ir a onde o povo
está!”. Isso é ser Agente. Continuem fazendo a diferença e promovendo mudanças
na qualidade de vida da população.
Parabéns por este dia simbólico e
que representa os outros 365 do ano!
Forte abraço.
Ricardo Mattos e equipe
Ps.: Desculpem-me se fui
possessivo ao referir o grupo de trabalho como MEUS AGENTES, mas é que no fundo
eles sempre serão!